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segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Comitiva do Rock
A SAGA
CAPÍTULO 1 - "O fim do começo"
Tudo começou com a saga do jovem goiano Manoel Mirosmar, que cresceu na base da enxada, viola caipira e muita música sertaneja raiz. De infância humilde e sofrida, Mirosmar nasceu na cidade de Anápolis, onde passou a infância assistindo Chaves e programas como Raul Gil e Show de Calouros, da antiga TVS. Mas o seu preferido mesmo era o “Sala Especial”, exibido às sextas-feiras à noite na Record, no final dos anos 80. Ainda menino, migrou com a família para Goiânia, onde seus pais se tornariam caseiros na fazenda de um famoso cantor sertanejo de lindos olhos azuis. O rapaz trabalhava de segunda à segunda nas lavouras de tomate e aos finais de semana à noite ainda cantava em barzinhos da cidade para ajudar seus pais a criarem seus outros onze irmãos. Pois é, eles tinham televisão, mas os pais de Mirosmar preferiam a cama.
Apesar da vida sofrida, o goiano tinha um humor acima da média, e adorava uma putaria. Em certa tarde, surpreendido pela mãe enquanto sodomizava duas cabritinhas no curral da fazenda, Mirosmar foi expulso de casa. Afinal, como não bastava ser reincidente, esta já tratava-se da quinta vez que sua mãe o flagrava se divertindo no curral. Aconselhado pelo pai, o goiano pervertido deixou sua terra natal para buscar maiores oportunidades de trabalho na longínqua capital paulista, enquanto sua mãe esquecia o ocorrido. Empolgado em conhecer a moderna metrópole e deixar de trabalhar na roça, Mirosmar juntou suas tralhas, se despediu da família, amigos e animaizinhos da fazenda, e seguiu para a rodoviária de Goiânia no final da tarde. Na manhã do dia seguinte, desembarcava na famosa rodoviária Tietê.
Chegando em São Paulo, Mirosmar enfrentou inúmeras dificuldades, preconceito, e conheceu a miséria. A saudade do lar crescia a cada dia, mas a determinação do goiano lhe deu forças para superar essas dificuldades e seguir seus objetivos. Mirosmar dormia em albergues e fez todo tipo de trabalho possível, chegando a trabalhar como michê, dançarino de boate gay e até faxineiro de um tradicional e já extinto barzinho de Rock chamado Black Jack. Este seria um divisor de águas na vida do jovem sertanejo. Foi nesse local que o goiano teve o primeiro contato com o Heavy Metal, e imediatamente se tornou fã de bandas como Iron Maiden e Sepultura.
Mirosmar então decidiu montar uma banda de Metal, mas seu timbre sertanejo e esganiçado e seu inglês falcônico impediam seu êxito nos testes, tornando-o motivo de chacota no cenário Metal. Mas Mirosmar nunca renegou seu passado e apesar de seu fascínio pelo Metal pesado, jamais deixou de cultuar seus ídolos Xororó, Donizete e Zezé Di Camargo. Passava o dia cantarolando sucessos do cancioneiro sertanejo intercalados por petardos do Iron Maiden, Judas Priest e Manowar, o que motivou os donos do Black Jack a expulsá-lo do bar, num ímpeto de preconceito e radicalismo: “Tira essa camisa preta!...Tira essa camisa preta e some daqui!...Você não é Metal, você é CAI-PI-RA!!”.
Presenciando a cena, um holandês, cliente vip do bar, ficou sensibilizado e convidou Mirosmar para encher a cara com ele num puteiro da Zona Leste da cidade, conhecido como Castelinho. A sorte do jovem goiano mudaria naquela madrugada. Chegando no puteiro, onde o holandês também era vip, Mirosmar foi apresentado para Manoel Jeremias, Manoel Epaminondas e Manoel Margarida, músicos da banda fixa do puteiro. Depois de muitas cervejas, Mirosmar descobriu que além do primeiro nome em comum, os músicos também dividiam com ele outra improvável afinidade, o gosto pela música brega e a idolatria pela banda Manowar.
Os músicos precisaram voltar ao palco do puteiro e, cientes do passado de Mirosmar, resolveram convidar o jovem goiano para uma canja num dos maiores clássicos sertanejos de todos os tempos, "Evidências" de Chitãozinho & Xororó. Ainda ultrajado por há horas atrás ter sido açoitado do barzinho de Rock onde trabalhava por conta de sua origem sertaneja, Mirosmar subiu ao palco emocionado e colocou toda sua alma para interpretar tal clássico, o que fez o puteiro aplaudi-lo de pé. Empolgados, os músicos começaram a improvisar palhetadas pesadas e acelerar o andamento da música. Nascia então aquele que viria a ser o embrião da versão de um futuro sucesso.
Ao final daquela noite, acometidos pela emoção que dividiram no palco e perplexos pela incrível coincidência de todos terem em comum Manoel como primeiro nome, a paixão pelo Metal e música brega, e fanáticos pela banda Manowar, decidiram montar uma banda saudando todas essas afinidades. Assim surgiu o "Manowel".
O goiano, que há poucas horas antes havia sido humilhado, agora parecia que finalmente veria seu sonho tornar-se realidade. Era julho de 2004 e naquela mesma semana Mirosmar foi numa tarde ao apartamento de Jeremias registrar, em poucos minutos, os vocais do que seria a demo do agora então primeiro sucesso do grupo, o petardo "Heavydências". Apesar de ter sido gravada no computador do quarto do apartamento de Jeremias sem qualquer pretensão, com pouquíssimos recursos técnicos e qualquer experiência anterior de Mirosmar em gravações, "Heavydências" vazou na Internet e tornou-se um fenômeno imediato.
Mas como Heavy Metal no Brasil não dá dinheiro e os músicos ganhavam muito bem tocando música brega no puteiro, toda aquela empolgação inicial acabou junto com o efeito da cerveja. Após o hiato de quase um ano, apesar do desinteresse dos demais "Manoéis", a dupla Mirosmar e Jeremias juntou-se novamente em seu home studio numa tarde de maio de 2005 e em poucas horas gravaram a bela balada "Sonho de Matos". Esta singela homenagem ao maior vocalista da história do Metal brasileiro, viria a ser o segundo e também derradeiro registro do grupo que mal chegou a se formar.
Apesar do nome Manowel estar em plena ascensão entre os metaleiros brasileiros, promovendo um intercâmbio ímpar entre os mais radicais seguidores do Metal e os apreciadores da velha e boa música sertaneja, a dificuldade de viver de Metal no Brasil forçou Jeremias a deixar o país para se juntar a uma banda gringa nos EUA, deixando Mirosmar sozinho em sua empreitada, já que os demais só queriam saber de tocar no puteiro.
Desempregado e completamente frustrado, apesar da grande legião de seguidores que o Manowel conquistou com apenas duas músicas Demo, Mirosmar decide tirar o site da banda do ar e voltar para sua terra natal. Este parecia ser o fim do Manowel, e do sonho do sofrido goiano Mirosmar.
CAPÍTULO 2 - "O bom filho ao lar retorna"
Depois de passar cinco anos fora, conhecendo os conflitos e agitos da cidade grande, Manoel Mirosmar volta frustrado para o aconchego de sua velha casinha de sapé e sua pacata rotina na roça. Carregando em sua pequena bagagem um Mp3 Player que comprou na Santa Ifigência por R$50, já devidamente abastecido com os principais clássicos do Manowar, Iron Maiden, Judas Priest, Angra e Sepultura, Mirosmar desembarcou na rodoviária de Goiânia usando óculos "raiban" espelhado, trajando um colete jeans coberta de 'pats' de bandas de Heavy Metal, peito peludo à mostra e exibindo ainda uma tatuagem de ferradura no braço direito, que acabou chocando um pouco os parentes e amigos que esperavam aquele sertanejo simples de outrora.
Além de estar mais "moderno", todos esses anos longe de sua terra natal fizeram Mirosmar ganhar um sotaque paulista e perder o bronzeado de sertanejo. Mas apesar de toda panca de "artista", Mirosmar ainda preservava o velho corte de cabelo "mulet" à la Chitãozinho & Xororó de início de carreira, e no fundo continuava sendo o mesmo peão de sempre. Foi emocionante o reencontro com sua família, ver o quanto seus onze irmãozinhos estavam crescidos e poder matar a saudade dos velhos amigos e da cabritinha que havia sido tão íntima na sua adolescência e agora divertia seus queridos irmãozinhos mais novos.
Mas o ritmo frenético de viver numa cidade grande havia contagiado Mirosmar, que na semana seguinte já começava a se entediar com a calmaria da fazenda e o marasmo de sua rotina no campo. Ninguém suportava que ele escutasse Heavy Metal em casa, e a saída era levar o Mp3 Player quando ia capinar sozinho na roça e ficar batendo cabeça usando a enxada como se fosse o pedestal de seu microfone, tendo como companheiro apenas o velho espantalho gigante, que Mirosmar carinhosamente apelidou de "Capiau". Construído pelo seu avô na década passada, de tão grande, Capiau balançava ao vento, dando impressão que 'bangeava' junto com Mirosmar, que fazia de conta que o espantalho era a mascote Eddie do Iron Maiden, enquanto tentava imitar o cantor Bruce Dickinson, desafinando, errando todas letras e cantando um inglês pior que a bela mulata Solange, do "BBB4", de tão invejável intelecto. Mas o espantalho Capiau agüentava firme, tornando-se para Mirosmar uma espécie de amigo metaleiro imaginário.
Porém, o trabalho na lavoura já não mais o cativava como antes e os cantores sertanejos da cidade já não queriam mais formar dupla com Mirosmar, pois agora as influências Heavy mais agressivas agregadas ao seu atual visual e estilo de cantar eram recebidas como heresia nos redutos sertanejos mais ortodoxos. A vida parecia sem rumo para o jovem Mirosmar, quando então o famoso cantor sertanejo que era proprietário da fazendo onde sua família vivia e trabalhava, resolveu convocar todos os peões para assistirem num telão improvisado no curral, uma sessão do filme que contava a trajetória de vida de outra famosa dupla, muito amiga de seu patrão. Era o filme "Dois Filhos de Francisco", cujo protagonista Zezé Di Camargo era outra grande inspiração para Mirosmar como cantor, além de ser seu xará em seu nome de batismo. A mensagem daquele filme mudaria a vida de Mirosmar, que aprendia que se você acredita de verdade num sonho, se você deseja muito algo e batalhar de verdade por aquilo, não importa os obstáculos e dificuldades, você é capaz de conseguir qualquer coisa!
Aquilo ficou na cabeça de Mirosmar, que como havia passado a tarde toda tomando cachaça para afogar as magoas de uma vida tão vazia, acabou adormecendo em plena sessão no filme. Foi quando o jovem e sonhador goiano teve uma grande revelação. Talvez pelas altas doses de cachaça que bebera durante à tarde, ou pela sessão improvisada de cinema estar sendo exibida dentro do curral da fazenda, a questão é que durante o sono, Mirosmar foi acordado por uma vaca, que disse para ele: "Misifi... agora menino goiano cresceu é não é mais Manoel Mirosmar, agora é 'Zezé Cavalera'... Volte para a cidade grande e mostre aos metaleiros o que é sertanejo... E aos sertanejos o que é Heavy Metal... múúúhh".
Mirosmar acordou de verdade no meio na sessão, atordoado pela bizarra aparição da vaca-metaleira em seu sonho, e ainda teve tempo de pegar a parte final e mais emocionante do filme, quando a real família Camargo inteira subiu ao palco para cantar juntos "No dia que saí de casa". Mirosmar era outra pessoa depois daquilo. De fato, agora ele era "Zezé Cavalera", uma homenagem a dois de seus maiores ídolos. Pois bem, depois da ressaca, no dia seguinte o jovem goiano reuniu a família para avisar que, assim como seus conterrâneos Camargo, voltaria a São Paulo para lutar pelo seu sonho. Dito e feito. No final daquele mesmo dia, nosso incansável goiano juntou suas economias, foi ao guichê da empresa Real Expresso e comprou uma passagem de volta para a selva de pedras.
CAPÍTULO 3 - "De volta a selva-de-pedra"
Após um retiro de dois anos em sua terra natal e 16h longas de estrada, o jovem desembarcava novamente na rodoviária Tietê, dessa vez com outro objetivo, mas sem um destino certo. Ele não sabia aonde ir, nem onde ficar, mas sabia exatamente o que queria. A fome estava batendo e ao vasculhar sua velha carteira para encontrar moedas para comprar um churrasquinho de gato na porta da rodoviária, avistou lá um cartão e reconheceu o nome de um velho amigo, o sorridente e putanheiro holandês. Foi quando teve a brilhante idéia de ir até o orelhão e ligar para ele. Eram 10:32h na manhã de 20 de agosto de 2007, uma segunda-feira que parecia como outra qualquer. Mas aquela não seria...
Ao atender a ligação do outro lado e reconhecer aquele inconfundível sotaque goiano, o holandês já bradou: "Mirosmar, é você!?...há há há há". Foi quando o goiano respondeu de sopetão: "Mirosmar o caralho!... Meu nome agora é Zezé Cavalera, porraaaa!". Poucos minutos depois, o holandês já estava a caminho da rodoviária para recepcionar seu velho amigo goiano que até então não tinha um destino certo.
O jovem goiano "Zezé Cavalera" passou aquele dia todo conversando e bebendo no escritório da gravadora do holandês fanfarrão, onde contou tudo sobre a desilusão que teve com os músicos que ele havia lhe apresentado no puteiro em meados de 2004 e que o fizeram abandonar sua banda Manowel e voltar para Goiás. Copo vai, copo vem, também acabou contando o quão vazios foram seus dois últimos anos de reclusão na roça e a revelação que teve na véspera durante a sessão do filme que assistiu no curral, bem como a aparição da vaca-metaleira, que culminaram nessa sua repentina volta a São Paulo.
Temendo que o amigo pensasse que ele estava ficando louco, o goiano foi surpreendido pelas palavras do holandês: "Na minha país a marijuana é liberada, então fica tranqüila que eu acredita que você viu a tal vaca falando...Eu também via muita coisa esquisita quando morava lá...há há há há há". Apesar da piadinha infame, entendendo que seu velho amigo goiano agora era um novo homem, o holandês que o acolheu da primeira vez, mais uma vez estendia a mão para o jovem goiano, dizendo em tom sarcástico e misterioso: "Naquela vez eu levei Mirosmar na inferninho, mas hoje vou levar minha amigo Zezé Cavalera conhecer a paraíso!...há há há há há". Horas mais tarde, essas palavras fariam total sentido...
Depois de passar a tarde toda bebendo no escritório do seu amigo holandês e ainda sem saber o que aquela noite lhe reservava, "Zezé" entrou no carro com o holandês putanheiro e os dois caíram juntos na noite paulistana. Primeiro levou o jovem goiano num lugar que se sentiria muito em casa, o bar "Biroska", principal reduto dos sertanejos urbanos. "Zezé" ficou pasmo ao entrar no bar e ver a quantidade de pessoas que estavam no local em pleno início de madrugada de uma segunda-feira. Mas ficou ainda mais perplexo ao reconhecer que algumas das duplas que se revezavam no palco, ao som dos grandes clássicos da música sertaneja, eram formadas por velhos conhecidos conterrâneos com quem chegou a dividir duplas iniciantes anos atrás em sua terra natal.
Reconhecendo "Zezé" de longe, um desses velhos amigos acabou intimando o jovem goiano a subir ao palco para dividir um velho clássico com ele. Por ironia do destino, a música era "Evidências". Foi impossível não lembrar do fatídico episódio do puteiro anos atrás, onde também havia sido levado pelo holandês que novamente presenciava aquela “coincidência”. Mas para Zezé, depois da experiência paranormal vivida na véspera, aquilo não soava como uma coincidência, mas como um sinal. Nesse momento, tudo veio à tona, e seu passado com a banda Manowel e seu sucesso "Heavydências". E novamente ele cantou a música com toda sua alma e coração.
Tudo bem que ele deu umas desafinadas bravas, mas sua pegada Metal dos tempos de Manowel acabou chamando a atenção de dois sertanejos que também estavam no bar aquele dia e que por acaso também eram amigos do holandês fanfarrão. Um fazia o tipo caubói, e outro seguia o tipo caipira, respectivamente. Ao deixar o palco sob aplausos e voltar à mesa onde estava, Zezé foi apresentado aos dois sertanejos, que para sua surpresa, apesar de fazerem parte de duas duplas de grande expressão, também eram metaleiros reprimidos, que ganhavam a vida cantando e tocando sertanejo romântico.
Após ouvir a incrível história do jovem goiano contada pelo holandês, para espanto de todos, ambos admitiram que também haviam recebido a misteriosa visita da "vaca-metaleira" na noite da véspera, enquanto dormiam: "Agora vocês são 'Hudson Vai' e 'Ralf Wylde' e não precisam mais esconder que querem tocar Heavy Metal......múúúhh". Para Zezé, aquilo que sentira no palco minutos atrás e parecia um sinal, agora se revelava numa "confirmação". Mas a noite estava apenas começando.
Depois de passarem horas no Biroska, escutando os grandes clássicos da música sertaneja, bebendo e dividindo experiências paranormais e conhecimentos sobre Heavy Metal em pleno reduto sertanejo, o holandês convida Zezé, Hudson e Ralf a acompanhá-lo na segunda parte da jornada pela noite paulistana. Aquela pacata e inofensiva madrugada de segunda-feira ainda reservava outras surpresas para os nossos amiguinhos...
Enquanto isso, na Zona Leste da cidade, algo acontecia no famigerado Castelinho, o mesmo puteiro onde anos atrás o então Mirosmar formava o projeto Manowel ao lado dos músicos da banda fixa da casa, que deixaram o pobre goiano na mão. Dentre os freqüentadores do recinto, naquela noite de segunda-feira estavam dois amigos metaleiros, que apesar de integrarem bandas de respeito no cenário Metal paulistano, mantinham uma devoção secreta pela música brega e sertaneja.
E naquele respeitoso recinto ficaram até altas horas da madrugada, até que uma velha amiga lhes intimou. Era "Vanessinha boca-de-veludo", que lhes dirigiu as seguintes palavras: "Queridos, meu expediente por hoje acabou e to indo curtir lá na Love Story... Se vocês me derem uma carona, chegando lá eu libero a entrada pra vocês!" (sem malícia!). Eis que naquela improvável madrugada de segunda-feira, os caminhos de nossos amiguinhos estavam prestes a se cruzar.
CAPÍTULO 4 - "O encontro no inferninho"
Quatro noites atrás, mais precisamente na quinta-feira, dia 16 de agosto, haveria um show do Bruno & Marrone na Villa Country, famosa balada dos caubóis paulistanos. Como grandes fãs da dupla, os dois amigos metaleiros não poderiam perder esta. Na verdade, eles haviam comprado seus ingressos há muito tempo, pois este show estava previsto para o dia 2 de agosto, e precisou ser adiado por motivos de força maior. Isso aumentou as expectativas dos dois amigos, que chegaram a acampar na frente da casa, só para garantir seu lugar na frente do palco. Chegado então o grande dia, finalmente os dois metaleiros ficaram de frente aos seus grandes ídolos sertanejos. Nitidamente emocionados, eles cantavam todos os sucessos da dupla e um deles ainda chegou a soltar a pérola: "Olha o drive dessa cara!... É o próprio Dio do sertanejo!", referindo-se ao vocal forte e agressivo do cantor Bruno. No entanto, como este mundo é muito pequeno, para o infortúnio de nossos amiguinhos metaleiros, eles acabaram sendo flagrados pelo holandês baladeiro, enquanto agitavam em pleno show do Bruno & Marrone. Ao serem surpreendidos, pediram discrição ao holandês, pois o cenário Metal é muito radical e temiam prejudicar a imagem de suas bandas.
Apesar do holandês ficar sensibilizado e respeitar o pedido dos metaleiros cuzões, estes não seriam poupados pela ira da vaca-metaleira, que os visitou enquanto curtiam um "cigarro de palha" no final do show. Depois de uma bela lição de moral, já que os dois renegavam sua admiração pelo sertanejo perante os amigos metaleiros, a vaca atribuiu uma missão a eles: "Agora vocês são 'Marrone Harris' e 'Donizete McBrain'... Juntem-se aos outros e não tenham mais vergonha de escutar sertanejo!...múúúhhhh". Tentando acreditar tratar-se de um delírio coletivo, efeito do "cigarro de palha" que fez os dois amigos saírem do ar por alguns instantes, eles evitaram falar sobre o ocorrido, mas continuaram intrigados com a macabra aparição da vaca-metaleira, cujas palavras jamais sairiam de vossas cabeças.
Atormentados, os dois amigos precisavam esfriar a cabeça. Para tal, decidiram ir do Villa Country direto para um puteiro próximo ao Museu do Ipiranga, chamado Musas. Como o programa de final de quinta-feira se mostrou deveras relaxante, Marrone e Donizete tiveram a brilhante idéia de passar os próximos dias visitando todos puteiros da cidade. Na sexta-feira cobriram o restante da Zona Sul, no sábado a Zona Norte e, no domingo, voltaram aos arredores do Villa Country para cobrir a Zona Oeste.
Depois de percorrer por todas zonas (literalmente) da cidade, já era segunda-feira da semana seguinte e a vez da nossa dupla de metaleiros conferir os ‘night clubs’ da temida ‘Zona Lost’ da cidade. Ops! Retificando, Zona Leste da capital paulistana. Com o domínio territorial de quem batia cartão em logradouros como Led Slay, Fofinho Rock Club e Kazebre, como todo roqueiro que se preze, Marrone e Donizete traçaram um belo roteiro para a região. Sem perder tempo, passaram pela Connection, Babilônia, Ilha da Fantasia, Playboy Night Club, e foram parar no bom e velho Castelinho. E foi aí que houve aquele tal convite da funcionária “Vanessinha boca-de-veludo”, que em troca de uma carona, liberaria a entrada para eles na badalada boate Love Story.
Como se já estivesse traçada, a história de nossos amiguinhos finalmente começa a se encaixar. E o destino, parecia conspirar para um desfecho triunfal...
Ao chegar à porta da "casa de todas as casas", na Zona Central da cidade, Vanessinha boca-de-veludo avista um velho amigo chegando com outros três rapazes. Era ninguém menos que o holandês fanfarrão levando Zezé, Hudson e Ralf para o "inferninho". E enquanto o holandês e sua amiguinha se confraternizavam, de imediato reconheceu aquela dupla de metaleiros que uma semana atrás havia surpreendido agitando ao som de Bruno & Marrone no Villa Country. Ao mesmo tempo, ambos reconheceram Zezé da época que fazia faxina no Black Jack e "boca-de-veludo", por sua vez, reconheceu o até então supostamente e comportado Hudson, de uma produção pornô, a qual o sertanejo atuou como ator disfarçado anos atrás e na ocasião chegou a cogitar Vanessinha como possível atriz.
Depois de todas as apresentações e cordialidades, a turminha entrou junta para curtir o final de madrugada naquele ambiente tão familiar e acolhedor. Claro, todos como convidados vip, graças ao holandês putanheiro que além de cara-de-pau, é muito bem relacionado. Logo nos primeiros minutos de conversa, houve uma afinidade e química imediata entre a turminha, notando-se que o bom humor era uma característica em comum e latente. Foi aí que descobriram que além de dividirem um gosto musical excêntrico, todos ali haviam sido influenciados na infância pelo Chaves e os clássicos filmes de mestres como Jim Abrahams e Butman. Além, é claro, de adorarem um puteiro. (e quem não gosta?)
Com todos já entrosados e dentro do respeitoso recinto, o holandês então desmascara os dois metaleiros fajutos perante aos demais, contando a cena que presenciou na semana anterior no Villa Country. Surpreendendo-se com a revelação, os sertanejos confessaram a dupla de amigos que também gostam de Heavy Metal e por este motivo os compreendia.
Foi então que as revelações tiveram início e até o discreto Ralf, admitiu que quando dirige pelas ruas próximo ao seu sítio na Serra da Cantereira, só escuta Ozzy, Pantera e Slayer, e no último volume. Criou-se então um clima de confiança e cumplicidade muito grande entre os rapazes, até que Zezé resolveu contar aos antigos companheiros de Black Jack, sobre a misteriosa aparição da vaca-metaleira, que havia rebatizado e incumbido os três sertanejos de uma missão.
Perplexos com o que o goiano acabara de lhes relatar, os dois metaleiros, que até então procuravam bloquear o episódio paranormal de suas mentes, constataram que o que até então julgavam ter sido apenas um efeito colateral do "cigarro de palha" que fumaram no final do show do Bruno & Marrone uma semana atrás, na verdade seria "um chamado".
Assim que revelaram aos demais que também haviam compartilhado da mesma experiência paranormal com a vaca-metaleira e rebatizados, não houve mais dúvidas. Naquele instante, tudo parecia fazer sentido e num ímpeto todos se abraçaram entendendo, sem que uma só palavra fosse necessária, que aquela não era uma segunda-feira qualquer, e muito menos aquele, um encontro casual. Todos estavam ali por uma única e clara razão. Foi quando Zezé tomou a dianteira: "Galera, todos aqui conheceram a vaca, e não é da Vanessinha que estou falando... Acho que agora está bem claro que nos foi dada uma missão. Vamos juntos mostrar aos metaleiros o que é o sertanejo raiz... E aos sertanejos o que é o Heavy Metal!". Assim estava formada a trupe que minutos mais tarde seria batizada como "COMITIVA DO ROCK"!
(e a saga continua...)
O concurso O Rei das Paródias terminou no último domingo (29) e foi vencido pela banda Comitiva do Rock. O grupo, que mistura heavy metal com música sertaneja superou os outros candidatos e garantiu o prêmio de R$ 20 mil com 48,4% dos votos. O site oficial do Tudo é Possível conversou com os vencedores.
Formada por Zezé Cavalera, Ralf Young, Slash Sorocaba, Hudson Vai, Ozzy Menotti, Tonico McBrain e Vaca Metaleira, a Comitiva do Rock está na estrada desde 2009, mas a ideia surgiu em 2004.
A banda foi apresentada pela mascote e guru Vaca Metaleira, que conhecia alguns membros e apresentou uns aos outros. A partir daí, a Comitiva do Rock não parou mais.
Segundo Zezé Cavalera, a mistura entre rock pesado e sertanejo é a prioridade da banda. A paródia é uma consequência natural do estilo "metal sertanejo". Para o grupo, vencer O Rei das Paródias foi "uma felicidade muito grande", pois o Tudo é Possível será uma excelente vitrine para a banda.
- A gente queria mostrar a Comitiva do Rock para o Brasil. Mostrar que existe uma banda com essa proposta divertida de fazer as pessoas sorrirem e provar que é possível misturar o sertanejo com heavy metal. É possível uma pessoa que goste de sertanejo gostar de rock e vice-versa.
Cavalera afirma que a paródia serve para fazer a ligação entre os dois estilos.
- Nós gostamos de mostrar que a vida é para viver, para sorrir. A paródia veio fazer essa liga de dois universos aparentemente distintos e para mostrar que as pessoas podem conviver com isso numa boa.
Para se ter uma ideia do que os "rocknejos" fazem no palco, basta ver o repertório que eles tocaram nas apresentações do Rei das Paródias. Na final do concurso, a Comitiva do Rock cantou Amigo Ensaboado, uma versão de Amigo Apaixonado, da dupla Victor e Leo.
Depois de ganhar o concurso do Tudo é Possível, a banda quer mostrar seu trabalho para o país, com o lançamento de um CD.
- Estamos lançando o CD agora. A gente tem algumas propostas de gravadoras, mas talvez lance de forma independente, com a ajuda do prêmio do concurso. O CD já está prontinho, chama-se Vaca é a Mãe. É uma brincadeira de duplo sentido, mas também remete ao fato de a vaca ser a figura central da Comitiva do Rock. E a nossa proposta é continuar mostrando a banda para o Brasil.
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